sábado, 27 de janeiro de 2018

Aprendendo com a Lua


Resultado de imagem para fases da Lua


Por Elis Franco

Uma pessoa inteligente deve sempre se lembrar
dos limites do próprio poder e alcance.
Ryan Holiday

A Lua tem fases. É preciso aprender com ela. Ao contemplarmos cada ciclo, cada transmutação desse satélite, caso prestemos bem atenção, ele nos deixa uma bela lição: há momentos em que é necessário ceder espaço, esconder-se;  em outros, cabe-nos iluminar os lugares onde estamos inseridos, feito lua cheia. Cada tempo pede recolhimento ou abertura, proatividade ou certa dose de passividade. A Lua não deixa de ser Lua quando permite um maior ou menor espelhamento da luz solar. Parceiros, Sol e Lua vivem o jogo do ocultamento e revelação, e ambos cumprem sua função no universo: tornar dias e noites mais iluminados.
No entanto, infelizmente, nós nem sempre sabemos vivenciar a parceria. Nosso ego, às vezes, impulsiona-nos a querer “aparecer” mais do que o outro, a não aceitarmos o jogo do espelhamento, colaborando para que uma ação, uma prática, uma criação não nossa deixe de ser refletida através de nós. Isso ocorre em diversos âmbitos em que o trabalho em equipe se faz necessário, seja em um time de futebol, na política ou em outras relações partilhadas. Assim, tendemos a fazer “minguar” gestos, ações e esforços apenas por não suportarmos celebrar a vitória de alguém que conosco convive, ainda que essa vitória não signifique a nossa derrota.
Em certas situações, é preciso recuar, não por incapacidade, mas porque há outros indivíduos tão capazes quanto nós e que precisam de abertura para atuar. Nosso auxílio a um projeto pode ser realizado nos bastidores e, ainda assim, sermos aquela mão impulsionando para a fase crescente, a qual culminará em um brilhante resultado. Cabe, portanto, reconhecer nossos momentos lua nova, quando deixamos de ser percebidos, porém, lá na frente, voltarmos a captar a atenção de todos que se deleitam com o esplendor luminoso de nossas ações reveladas.
Todas as vezes, em qualquer atividade não individual, que a cooperação é deixada de lado, corre-se o risco de ou fracassar imediatamente ou, ainda que tudo dê certo por algum tempo, colaborarmos para o fortalecimento de pessoas com o ego inflado, capazes de achar que são imbatíveis sozinhas. Um time, por exemplo, que deposita sua confiança  em um ou dois atletas e se esquece de preparar e confiar nos demais, certamente, não estará tão preparado quanto aquele que investe no conjunto, dando a cada um a oportunidade de colaborar para a execução da tarefa.
Existe uma frase atribuída a Chico Xavier que diz: “Tudo que é seu encontrará uma maneira de chegar até você”. Eu completaria: tudo que é nosso, caso façamos nossa parte de maneira íntegra, sem atropelar ou prejudicar o outro, além de chegar, permanecerá. Portanto, sejamos como a Lua e cumpramos as nossas fases de ocultamento e revelação. Espelhemos, também, os outros sóis que brilham ao nosso redor, pois concluir a caminhada ao lado de alguém é bem melhor do que não ter com quem brindar a vitória caso ela seja alcançada.

                                                                                    Várzea da Roça/Ba, 20 de janeiro de 2018
   Iniciei a escrita observando a Lua.
Feira de Santana, 23 de janeiro de 2018.
  Concluí o texto desejando muito aprender com a Lua.

  

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