Eis que estamos todos sós!
Sem deus, sem planos: mil
margens...
E o rio a passar diante de nós – incólume.
As certezas – nossa prisão necessária – ruíram;
O medo – lança cravada no peito – paralisa-nos;
Na viela, aguarda-nos o cão feroz a farejar destinos.
E rio a passar diante de nós – soberbo.
Eis o cão e o homem: uma dor solitária...
Sem sonhos, em prantos, sutil encruzilhada.
Os amores – sede de futuro adiada – adormecem;
As paixões – neblina a ofuscar a aurora – lançam-nos
Na caverna inóspita de onde nunca saímos.
E o rio a passar diante de nós – o mesmo.
Águas turvas de outrora arrastando a leveza
Dos que permanecem Homens, ainda que sós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será lido.