quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Dos ínvios caminhos


 Eis que estamos todos sós!
Sem deus, sem planos:  mil margens...
E o rio a passar diante de nós – incólume.

As certezas – nossa prisão necessária – ruíram;
O medo – lança cravada no peito – paralisa-nos;
Na viela, aguarda-nos o cão feroz a farejar destinos.

E rio a passar diante de nós – soberbo.
Eis o cão e o homem: uma dor solitária...
Sem sonhos, em prantos, sutil encruzilhada.

Os amores – sede de futuro adiada – adormecem;
As paixões – neblina a ofuscar a aurora – lançam-nos
Na caverna inóspita de onde nunca saímos.

E o rio a passar diante de nós – o mesmo.
Águas turvas de outrora arrastando a leveza
Dos que permanecem Homens, ainda que sós.

Poema vencedor do IV Concurso Municipal de poesia de Feira de Santana- Georgina Erismann. 2018

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