Não viver entre aspas
A vida exige derramamentos
Suspensos os rótulos, mostre-se a face
Esculpida pelo medo de ser quem se é
Dissipe-se a dúvida de respostas tão claras
Quite-se a dívida paga com altos juros
Transbordar...
Encontrar-se nas escolhas feitas, aceitá-las
Ainda que sangre o peito, e tudo fique cinza
Feito hora da partida, quando a lágrima é
inevitável
Não viver entre aspas
O coração pulsa com o que nos move
É preciso correr os ricos da escolha: os limites do
jogo
Fingir um riso, afogar-se em taça que não nos cabe,
Ou derramar-se, como quer a vida.
FRANCO, Elis. In: Mulher poesia: antologia poética v. 3. Salvador: Cogito, 2018. p. 77
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