O primeiro amor sempre vai embora,
ainda que vá ficando de mansinho,
na presença morna dos corpos,
ou nas pegadas frias do caminho.
O primeiro amor sempre permanece,
na angústia da partida inesperada,
nas quentes e nas gélidas madrugadas,
ou no beijo que já não provoca arrepio.
O primeiro amor é sempre encruzilhada,
saídas possíveis, angústia redobrada:
ancorar-se na esperança do infindo,
ou partir para a outra margem do rio?
O primeiro amor é sempre o derradeiro,
e todo amor que é presente − o de agora
não o de outrora − deve ser o amor
primeiro a compor uma nova história.
FRANCO, Elis. In: MOTHÉ, Fernanda (Org.). DiVersos lados do amor. Campos dos Goytacazes: Darda Editora, 2018. p. 14
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